Já reparou que sempre as 'mesmas' figuras fazem base para os guitarristas da elite do gypsy jazz como: Angelo Debarre, Adrien Moignard, Bireli Lagrene e outros?
Será mais fácil ser solista?, será que outros guitarristas não tocam o ritmo? Ninguém quer tocar base?
Pois é meus amigos o ritmo 'la pompe' característico do jazz manouche é certamente uma das primeiras lições de quem se aventura no estilo e mesmo assim depois de anos você ainda vai estar aprendendo sobre essa lição.
Nessa saga jazz manouche diária de estudos, alunos, workshops, jams e pesquisa percebo claramente que uma 'pompe errada' pode realmente comprometer o som por completo, e o pior de tudo é que a maioria tem a impressão de estar tocando corretamente.
Existem algumas variações sobre "La Pompe", mas todas partem do conceito básico de tocar/simular as batidas do bumbo e caixa de uma bateria nas cordas da guitarra manouche.
Pode ser fácil compreender as batidas que substituem a caixa e bumbo, mas executar 'com responsa' e segurar o som por um concerto de 1 hora ou horas na jam ou a volta de uma fogueira é outra história.
Obviamente existem diversas variações e maneiras de conduzir a La Pompe, o gosto do solista pode variar muito, alguns preferem uma condução mais constante, outros gostam preferem conduções com convenções e re harmonizadas. Visto que essa necessitam de bons ensaios e afinidade musical para o tapete do solista não ser puxado.
Quando uma simples sessão rítmica como a batida 'la pompe' está fora os resultados podem ser:
- O som não 'swinga', não tem 'groove', fica 'duro'.
- O beat corre ou atrasa o que coloca o solista numa situação complicada pois as rítmicas não vão 'fechar' no tempo.
- Tendência do som fica tedioso e 'sem chão'.
- Som agressivo sem dinâmicas.
3 ERROS AO TOCAR 'LA POMPE'
A primeira batida do ritmo representa o bumbo e a segunda batida a caixa, um dos erros clássicos é acentuar a caixa. Na primeira batida temos o som do acorde e na segunda um som seco (quase mute),
o som da caixa é naturalmente mais 'aparente' e não precisa ser acentuado, o que faz 'la pompe' acontecer é acentuar a primeira batida (bumbo) e tocar a segunda batida (caixa) bem seca..
Dica: Estude com o metrônomo com a contagem nos tempos 2 e 4 (caixa), acentue as notas do acorde pra 'suprir' a ausência dos beats 1 e 3 .
2 - Tocar muito forte
Talvez pela concepção de substituir a bateria algumas pessoas 'espancam' seus violões na hora de fazer o ritmo, o som fica duro, sem nenhuma dinâmica, acabando com qualquer chance de outro musico ou solista tocar com suavidade ou nuances e também gerando uma péssima qualidade em timbres. E certamente essas 'porradas' somadas ao entusiasmo e emoção fazem a turma 'correr' e acelerar o beat.
Dica: Controle suas emoções e escute os outros instrumentos.
3 - Convenções
'La pompe' é um ritmo reto, bumbo-caixa-bumbo-caixa, o uso de convenções são aceitas em poucos momentos para quem está segurando o ritmo, convenções em excesso, sem programação e 'fora de hora' realmente compromete o som num todo.
Dica:
Você não precisa fazer uma convenção a cada 2 ou 4 compassos... segure o groove, preste atenção na rítmica dos outros instrumentos e perceba onde a convenção se encaixa e 'soma' a música.
Procure assistir videos de mestres no acompanhamento como Hono Winterstein, Mathieu Chartelain e Nousche Rosenberg.O menos é mais!
Diz o ditado que 'errando é que se aprende' ... acho que é por aí, creio que poucas pessoas (talvez alguns ciganos iluminados) tenham começado tocando corretamente a desafiadora e contagiante batida 'La pompe'. O caminho é estudo, dedicação e auto crítica em foco. Salve Salve!
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