segunda-feira, 2 de outubro de 2017

ERROS AO TOCAR 'LA POMPE'

Você já parou pra pensar por que existem mais solistas 'bons' do que bons guitarristas rítmicos?
Já reparou que sempre as 'mesmas' figuras fazem base para os guitarristas da elite do gypsy jazz como: Angelo Debarre, Adrien Moignard, Bireli Lagrene e outros?
Será mais fácil ser solista?, será que outros guitarristas não tocam o ritmo? Ninguém quer tocar base?
Pois é meus amigos o ritmo 'la pompe' característico do jazz manouche é certamente uma das primeiras lições de quem se aventura no estilo e mesmo assim depois de anos você ainda vai estar aprendendo sobre essa lição.

Nessa saga jazz manouche diária de estudos, alunos, workshops, jams e pesquisa percebo claramente que uma 'pompe errada' pode realmente comprometer o som por completo, e o pior de tudo é que a  maioria tem a impressão de estar tocando corretamente.

Existem algumas variações sobre "La Pompe", mas todas partem do conceito básico de tocar/simular as batidas do bumbo e caixa de uma bateria nas cordas da guitarra manouche.
Pode ser fácil compreender as batidas que substituem a caixa e bumbo, mas executar 'com responsa' e segurar o som por um concerto de 1 hora ou horas na jam ou a volta de uma fogueira é outra história.


Obviamente existem diversas variações e maneiras de conduzir a La Pompe, o gosto do solista pode variar muito, alguns preferem uma condução mais constante, outros gostam preferem conduções com convenções e re harmonizadas. Visto que essa necessitam de bons ensaios e afinidade musical para o tapete do solista não ser puxado.
Quando uma simples sessão rítmica como a batida 'la pompe' está fora os resultados podem ser:

- O som não 'swinga', não tem 'groove', fica 'duro'.
- O beat corre ou atrasa o que coloca o solista numa situação complicada pois as rítmicas não vão 'fechar' no tempo.
- Tendência do som fica tedioso e 'sem chão'.
- Som agressivo sem dinâmicas.


3 ERROS AO TOCAR 'LA POMPE'


1- Acentuação errada
A primeira batida do ritmo representa o bumbo e a segunda batida a caixa, um dos erros clássicos é acentuar a caixa. Na primeira batida temos o som do acorde e na segunda um som seco (quase mute),
o som da caixa é naturalmente mais 'aparente' e não precisa ser acentuado, o que faz 'la pompe' acontecer é acentuar a primeira batida (bumbo) e tocar a segunda batida (caixa) bem seca..

Dica: Estude com o metrônomo com a contagem nos tempos 2 e 4 (caixa), acentue as notas do acorde pra 'suprir' a ausência dos beats 1 e 3 .


2 - Tocar muito forte
Talvez pela concepção de substituir a bateria algumas pessoas 'espancam' seus violões na hora de fazer o ritmo, o som fica duro, sem nenhuma dinâmica, acabando com qualquer chance de outro musico ou solista tocar com suavidade ou nuances e também gerando uma péssima qualidade em timbres. E certamente essas 'porradas' somadas ao entusiasmo e emoção fazem a turma 'correr' e acelerar o beat.

Dica: Controle suas emoções e escute os outros instrumentos.


3 -  Convenções 
'La pompe' é um ritmo reto, bumbo-caixa-bumbo-caixa, o uso de convenções são aceitas em poucos momentos para quem está segurando o ritmo, convenções em excesso, sem programação e 'fora de hora' realmente compromete o som num todo.

Dica:
Você não precisa fazer uma convenção a cada 2 ou 4 compassos... segure o groove, preste atenção na rítmica dos outros instrumentos e perceba onde a convenção se encaixa e 'soma' a música.
Procure assistir videos de mestres no acompanhamento como Hono Winterstein, Mathieu Chartelain e Nousche Rosenberg.O menos é mais!



Diz o ditado que 'errando é que se aprende' ... acho que é por aí, creio que poucas pessoas (talvez alguns ciganos iluminados) tenham começado tocando corretamente a desafiadora e contagiante batida  'La pompe'. O caminho é estudo, dedicação e auto crítica em foco. Salve Salve!

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